Ontem à noite resolvi revisitar as areias do Posto 7. Revisitar uma época de quando morava ali pertinho. Admirar o Mar, a Lua e revisitar também um jovem poeta que ali habitava. Seus pensamentos e sentimentos.
Cheguei de mansinho como quem pede licença, focado na imensidão do oceano, buscando concentrar bem naquela linha que limita, aos nossos olhos, o céu do sal.
Sentei e observei, durante um bom tempo, o brilho da Lua duelando com as nuvens escuras. Da linha que cerca o mar para cima, tudo estava lindo, mas tinha algo intranquilo naquela paisagem que ainda me era tão especial.
Fechei os olhos, talvez para espantar qualquer mal presságio, e assim fiquei por um bom momento. E mesmo que quase tudo estivesse vibrando positivamente, tinha algo que realmente me incomodava.
Resolvi averiguar. Abri os olhos e me deparei com o sobejo na areia da praia, o resto, os lixos e resíduos de um bicho que se acha esperto e ainda se chama de humano.
Dali, do alto da minha condição de desencanto, pensei:
- A Mãe Natureza é muito paciente.
E meu próprio pensamento me respondeu:
- É. Mas ela não esquece.
Um comentário:
Artur
É sempre bom reencontrar o "poeta" que existe dentro de nós.
Gostei do devaneio.
Abraço
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